domingo, 19 de maio de 2019

A retornada - Donatela Di Pietrantonio


Conhecemos a história de uma garota que aos 13 anos de idade foi devolvida para sua família biológica, mas ela não sabia que não estava lá. Quem nos conta é a própria, não sabemos seu nome, só sabemos que ela já é mais velha agora e conta como foi essa fase de sua vida, o que dá certo alívio por saber que ela está "bem" agora.

Na casa que viveu até seus 13 anos ela era como uma filha única, depois se tornou parte de uma família com uns 3 ou 4 irmãos (não lembro direito)... Ela não entende o motivo dessa mudança, sua mãe adotiva parece doente, ela não sabe se é por isso que acabou voltando pra sua família biológica que nem sabia que existia, ela não sabe como isso foi acontecer, não entende porque seu pai adotivo a trata com tanta frieza em levá-la pra casa e deixá-la sem se despedir da mãe...

Assim que ela chega a recepção é bem diferente do que imaginaríamos de uma mãe que ficou 13 anos separada da filha. Mas percebemos que é uma família bem peculiar, a mãe parece não querer se aproximar muito dos filhos, o pai é monossilábico,... somente a irmã Adriana se aproxima e surge uma verdadeira amizade.

Ela é inteligente, o que lhe confere outra mudança para uma casa que fica mais perto de uma escola melhor para estudar e sua mãe adotiva aparece com doações para que ela se acomode e tenha um estudo bom, porém ela nunca promove um encontro.

É muito difícil imaginar uma menina de 13 anos enfrentando tudo isso... a confusão na cabeça... O legal é que ela mantem uma amizade de sua "antiga vida", a mãe dessa amiga se sensibiliza com a história e também dá o maior apoio... elas ainda conversam e rolam algumas visitas.

Há uma visita porém que é muito emblemática no livro, que é quando a garota percebe como será a vida dela depois daquilo. E tudo tem um tom bem nostálgico... não sei dizer direito, sei que esse livro apesar de parecer meio parado é muito sensível...

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terça-feira, 7 de maio de 2019

SOUTHERN MOST - SILAS HOUSE


Southern Most é um livro que parece começar no meio de um furacão. Na verdade é no meio de uma tempestade, mas achei que "furacão" seria a melhor palavra para descrever para o que eu senti. 

Estamos às margens do rio Cumberland no meio de uma tempestade onde Asher, pastor da cidade, está procurando pelo seu filho Justin que foi atrás do cão Roscoe. O menino saiu correndo no meio dos ventos fortes e chuva pesada para procurar o animalzinho de estimação. Asher ouve troncos se quebrando pela turbulência da água, vacas e pequenos animais sendo levados pela correnteza e até UMA CASA sendo levada pelo rio.

A maneira como Silas House descreve essa tempestade é inacreditável, parece que estamos lá, sentindo aqueles sons todos misturados, o vento trazendo as gotas de chuva, a falta de visibilidade, o sofrimento dos animais que estão no meio da correnteza... é um início que me deixou sem fôlego!

Por algum motivo que não sei explicar, imaginei que o livro seria sobre um pastor que abriga um casal de homossexuais e que a cidade se vira contra ele, mas no caso... o pastor só convida o casal para se abrigar em sua casa depois da tempestade, mas nem chega a fazê-lo! Assim que o convite é feito, sua esposa diz imediatamente "não". É estranho imaginar como isso pode acontecer na casa de um pastor, que em teoria ajuda a comunidade... mas estamos lidando com o preconceito aqui.

Pensei que a história se passaria na cidadezinha onde todos os preconceitos seriam descritos e a briga entre pastor e comunidade chegariam às ultimas consequências, porém isso passa rapidamente e o que acompanhamos é uma viagem fascinante tanto física quanto psicológica de Asher e seu filho em busca de uma reflexão para a vida.

Asher é um pastor, casado com uma filha de pastor que no passado acabou perdendo contato ou não indo atrás de seu irmão que se assumiu homossexual. Ele tem saudade do irmão e sente que precisa reencontrá-lo para entender essa questão que apareceu em sua vida. Ele vai com o filho para Key West - onde há o Southern Most, o ponto mais sul continental dos EUA para tentar pedir perdão e se reencontrar também, ele está muito confuso com tudo isso. Como pessoas que se dizem tão boas - a comunidade toda que e é pastor - podem pedir para que ele expulse alguns só por sua opção sexual? Como ele pôde por tantos anos ter esse preconceito também? Achar que eles estão errados?

É uma aventura em tanto, o livro nos deixa sem fôlego... começa com a tempestade, depois uma briga entre congregação e pastor, o preconceito, a busca de Asher com o filho viajando pelas estradas de carro para chegar até Key West, lá conhecendo mais personagens com histórias complicadas do passado também... Ufa! É muita emoção!

É um livro que traz a tona a discussão sobre o tema GLS porém de uma forma introdutória eu diria, pois ele aborda justamente essa dúvida de aceitar ou não, de ir contra tudo o que você pensava por anos, ter uma vida dedicada a pregar uma coisa e de repente ver que estava errado, em enxergar outras opiniões... o casal homossexual vira um ponto de virada nessa história, a dúvida e a reflexão de Asher se tornam principais aqui... e a forma como o autor nos conta tudo isso é muito emocionante.

Recomendadíssimo... se quer abordar o tema de forma "leve" ou fazer alguém refletir sobre seu preconceito... talvez esse livro seja mais que recomendado... sei lá... leia...