Século 17, as mulheres não tinham nenhum direito, praticamente o de de casar, ter filhos e cuidar da casa. E elas tinham plena consciência disso.
Petronella Oortman, ou Nella, morava no interior e sua mãe arranjou seu casamento com um mercador próspero de Amsterdã. Ela 18, ele 39.
O casamento foi simples, ela vai sozinha até sua nova casa, numa cidade desconhecida com seu canário.
A recepção é hostil e seu marido não está lá. Ela conhece sua cunhada, a criada da casa e um criado negro, que ela nunca tinha visto antes.
A vida de casada é solitária, dificilmente vê o marido, não tem amigos nem vizinhos pra conversar e sua cunhada não perde nenhuma oportunidade para atacá-la verbalmente. Sentimos sua solidão e tristeza. Mas nem tanto saudade de casa. Teoricamente, a vida na cidade é melhor do que no interior.
Seu marido dá de presente uma miniatura da casa. Contrariada ela aceita o presente dizendo não ser mais criança. Sua cunhada a ajuda a encontrar uma loja de miniaturas e depois da primeira encomenda, tudo começa a mudar nessa casa.
Por que o marido aos 39 anos não se casara? Por que a irmã também não casara? Por que sua criada se sente tão confiante em seu atrevimento? Por que eles ensinaram tanto ao criado negro?
Senti muito com Nella. Sofri com ela. É uma história triste, totalmente diferente do que imaginava de uma casa de bonecas do século 17. Impressionante. Não é sobre um casamento arranjado, não é sobre busca de poder, não é sobre uma miniaturista, não é sobre preconceito. É sobre uma vida nos moldes do século 17... Me senti impotente!
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