domingo, 27 de outubro de 2019

RAÇA DA NOITE, CLIVE BARKER

Boone, Decker e Lori são os personagens principais desse livro maravilhoso de Clive Barker!

O narrador é onisciente e logo de cara já nos apresenta Boone numa das consultas com seu psiquiatra Decker no momento em que médico apresenta ao paciente algumas provas (fotos) do que talvez poderia ter cometido:11 assassinatos. É o começo da apresentação GORE do livro (estilo que têm a presença de violência, sangue, tripas, tudo muito explícito). Através da descrição das fotos vamos nos envolvendo com a história e ficando curiosos se Boone vai se lembrar ou não do que fez ou o que fará a seguir.

O livro é dividido em 5 partes, porém não sentimos as "divisões" na narrativa, tudo flui naturalmente. O começo é bem rápido e percebemos que os assassinatos são secundários, que são só um meio de se chegar ao que o autor realmente quer nos mostrar: Midian e a Raça da noite. Do autor eu só li Hellraiser que também tem esse tipo de "mundo paralelo". No primeiro livro um mundo paralelo e em Raça da Noite esse "povo paralelo", marginal, quase sobrenatural ou anti-natural.

Midian é um lugar em que Boone ouve muito falar no hospital psiquiátrico em que está internado. Seria um lugar onde ele seria bem acolhido por ser considerado um "monstro", no início parece algum tipo de cidade em que pessoas de comportamento "inadequado" conseguem se refugiar, como se todos os seus pecados fossem perdoados, um lugar em que mesmo que tenha matado mais de 10 pessoas você não seja julgado, ninguém vai fazer com que se sinta culpado... E a culpa que Boone carrega tem muito peso até o finalzinho do livro, chega a irritar um pouco a falta de vontade dele, mas vamos lembrar que ele é diagnosticado com depressão (apesar de seu médico não ser lá muito confiável).

Porém ao chegar em Midian, Boone se depara com monstros no sentido literal. E aí somos apresentados à Raça da Noite, criaturas que não são nem angelicais nem demoníacas, uma raça que se esconde de pessoas "normais". É uma comunidade inteira, inclusive com suas crenças e profecias.

O livro é cheio de intriga e ação e tem brecha para uma continuação. Tem um filme de 1990 que dizem ser um tipo de complemento do livro

terça-feira, 22 de outubro de 2019

O OLHO MAIS AZUL - TONI MORRISON


Sobre tudo o que falei no vídeo, parece bobo eu falar que é um "absurdo" uma criança querer mudar uma característica física. Sei que crianças/adolescentes/adultos querem ficar mais magros ou gordos, cabelo liso ou encaracolado, aumentar ou diminuir peitos, etc... Mas pensar que uma criança pense numa característica impossível de mudar... mesmo se ela soubesse da existência das lentes de contato coloridas, ela queria SER, não era só uma característica física, mas tudo o que envolveria ter olhos azuis.

O olho azul a tornaria bonita, a tornaria um objeto de desejo, a tornaria "alguém"... Como disse no vídeo... por que uma responsabilidade dessa tem que cair em cima de uma criança??? Por que uma criança tem que pensar nisso? Criança tem que brincar, ver outras crianças, trocar experiências com pessoas da mesma idade, aprender com os mais velhos - admirar os mais velhos... se espelhar em quem admira... claro que se você vê alguém parecido com você fisicamente fazendo algo que é admirável, você se vê representado muito mais facilmente...

Outro ponto também que esqueci de incluir no vídeo foi que não só "artistas" podem influenciar/virar exemplo para as crianças, mas os familiares também! É que demora bastante pra gente entender que nossa mãe/pai/tio/madrasta/padrasto/avô/avó tem uma lição de vida para nos ensinar...

Esse livro é muito complexo pra conseguir explicar num vídeo ou escrevendo um post uma vez só... Esse livro gera discussão, reflexão... por isso ele é tão bom! Por isso é difícil falar dele... Por isso sempre tem mais alguma coisa a acrescentar...