terça-feira, 20 de agosto de 2019

O CASAL QUE MORA AO LADO, Shari Lapena

Anne e Marco Conti têm uma filha de 6 meses e vão jantar na casa dos vizinhos: Cynthia e Graham, porém Cynthia pede para que Anne não leve sua filha. Seu marido Marco afirma que podem deixar a bebê em casa sozinha já que vão jantar nos vizinhos "de parede" e combinam de ficar com a babá eletrônica e de a cada 30 minutos voltar para casa para dar uma olhada nela. Tudo corre bem até a hora que retornam e a porta da frente está aberta e o berço vazio.

Há muita intriga na trama: Anne tem depressão pós-parto e já sofria depressão antes da gravidez, Cynthia foi amiga de Anne antes dela engravidar e mudou muito após o nascimento da criança, Marco tem uma empresa à beira da falência e os pais de Anne têm muito dinheiro e provavelmente muitos inimigos... 

O narrador é onisciente/onipresente, sabe tudo o que acontece e os pensamentos dos personagens. Achei corajoso da parte da autora escrever um thriller dessa forma pois fica difícil "criar um mistério" mas também deixa o livro com muitos elementos, talvez por isso eu tenha lido tantas críticas dizendo que o livro dá muitas "pistas" para o leitor e que acabou "enchendo linguiça". Mas não me desagradou tanto ter esses vários elementos.

Há uma virada interessante no meio do livro, mas nada muito surpreendente também, mas mesmo assim o deixa mais interessante. Se não houvesse essa história secundária talvez o livro fosse bem, mas bem chato mesmo...

Gostei da "sinceridade" da relação entre Anne e Cynthia com relação ao nascimento da filha. Claramente as vizinhas que eram tão amigas "perdem as afinidades" pois a prioridade de Anne agora é a maternidade e para Cynthia o oposto. Não que a maternidade tire a independência da mulher, mas é claro que mexe muito com o cotidiano em sociedade, digo isso por experiência própria.

No livro só torcemos para que a criança seja encontrada, pois é difícil se apegar a algum personagem, nenhum deles é confiável e nenhum deles tem carisma... O detetive que cuida do caso é um personagem interessante mas aparece pouco na trama, o foco fica nos parentes da bebê.

Achei interessante o sumiço da bebê e até as declarações para a imprensa. É legal também como a vida de cada um é contada para que se torne um suspeito. O que me incomoda é o título do livro com relação à história. Parece que a desconfiança deveria cair toda sobre o casal que mora ao lado... ou os vizinhos ou os próprios pais da criança, pra mim não se encaixa de forma significativa o livro, é a pior pista de todas na minha opinião.

Quanto ao final, não achei que foi "sem noção", achei que é condizente com a história da Anne, até gostei pra dar um pouco de ação pra tudo. E só enfatiza que não devemos nos apegar a nenhum personagem adulto... não é uma história irreal, aliás, ela é bem realista.

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